quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Lugar onde moro

Confira a sequência didática da atividade que fizemos com a turma há poucos dias.

·        Conteúdo:
- Escrita: crônica
·        Objetivos:
- Desenvolver a capacidade escrita do aluno
- Formar pensamento crítico sobre fatos do cotidiano
·        Processo:
- Explicar a proposta da atividade aos alunos
- Ler cinco crônicas produzidas pelos bolsistas sobre o lugar onde eles moram
- Distribuir cópias dessas crônicas para a turma
- Pedir que cada um desenvolva seu texto utilizando as crônicas lidas como modelo
- Acompanhar a produção da turma, orientando e esclarecendo dúvidas
- Recolher os textos produzidos
- Em casa, os bolsistas irão selecionar os 3 melhores textos, considerando os seguintes critérios: coerência, coesão, criatividade e adequações gramaticais.
- Em sala de aula, a turma deve votar no melhor texto dentre os 3 melhores. 
·        Recursos:
- Papel, caneta, lápis e borracha. 
·        Duração
- Duas aulas
·        Avaliação:
- Os trabalhos realizados servem como parte das avaliações da disciplina.

Confira as 3 melhores crônicas que nós selecionamos:



O texto mais votado pela turma foi o de Naiara, intitulado "Minha segunda casa". 
PARABÉNS, NAIARA!

Veja abaixo as crônicas feitas por nós, bolsistas:

MORADA
Autoria: Bruna Leal

Moro em Santo Antônio de Jesus, na Bahia, há aproximadamente 13 anos. Nasci em Salvador/BA, morei uns 5 anos em Varzedo/BA, parei em Santo Antônio e fiquei. Eu e minha família gostamos muito dessa cidade. Acho que Salvador é uma cidade muito agitada, Varzedo é uma cidade muito parada e Santo Antônio de Jesus é o meio-termo. Gosto do lugar onde moro porque tem essa mistura de agitação e quietude. O comércio é relativamente movimentado durante a semana, e aos sábados, tenho a impressão de que o movimento aumenta ainda mais. Moro no centro, na Rua Antônio Fraga. O comércio central fica a 5 minutos de minha casa. Um dos motivos que me fazem gostar de morar nessa rua é a distância para chegar ao centro comercial. Não preciso utilizar transporte para comprar algo nas lojas do comércio.
Não sou daquelas que costumam tratar vizinhos como confidentes. Trato muito bem todos os meus vizinhos e estou sempre disposta a ajuda-los caso seja necessário, mas não gosto de compartilhar meus assuntos particulares com eles, primeiro, porque não acho necessário, já que tenho minha família para isso, segundo, porque não consigo confiar em qualquer pessoa. É como diz o ditado popular, cuja autoria desconheço: “Confiança não se dá nem se toma emprestada, conquista-se.” Confiança não se adquire de uma hora para outra. É preciso ter cautela ao trocar confidências com alguém. Eu sou muito cuidadosa nesse sentido.
Eu tenho vários tipos de vizinhos. Vou citar algumas características com base no que percebo superficialmente. Alguns são atenciosos e preocupados demais. Certa vez, eu estava indo para o trabalho, por volta das 6 horas da manhã, e uma senhora, que mora na minha rua há mais de 30 anos, disse que era para eu evitar usar bolsa naquele horário porque era perigoso por conta de assaltos. Eu ouvi aquela senhora e no dia seguinte fui sem bolsa. Eu acho que vizinhos, às vezes, agem como anjos. Alguns dos vizinhos, posso dizer a maioria, são extremamente curiosos. Esses estão sempre dispostos a ouvir as lamúrias e alegrias dos outros. Têm disposição também para manter os outros informados sobre tudo o que acontece na rua e na cidade. Às vezes, uma ida ao supermercado costuma me deixar bem informada, mesmo quando não quero. Não sei se isso acontece só na minha rua, mas percebo que esses mercados menores de bairro costumam sediar muitas fofocas.
Não me imagino morando em outro lugar. Não penso em voltar para Salvador, a não ser que surja alguma oportunidade profissional muito boa. Salvador não foi feita para mim. Santo Antônio de Jesus, sim, apesar de algumas limitações, como falta de atenção do poder público municipal à cultura e lazer. Na minha visão, os problemas existentes em Santo Antônio, incluindo violência e criminalidade, são menores se comparados aos de Salvador.  Santo Antônio de Jesus foi o lugar onde me encontrei e onde me reconheço todos os dias enquanto cidadã, filha, estudante e profissional.  
  

MINHA COMUNIDADE, MINHA VIDA
Autoria: Arenilda Peixoto

Vivo em um lugar onde tudo parece tranquilo, calmo. As pessoas se gostam, se cumprimentam, dão bom dia, até logo, vá em paz. Entretanto, por trás dessa calmaria toda existe algo que vem tirando o sono dos moradores da minha pequena comunidade. Esse mal que assola a todos é chamado de violência. Ela é tamanha que as pessoas não se sentem seguras dentro de suas próprias casas.
Lembro-me que quando criança meu maior sonho era ter um celular para sair caminhando pelas ruas com um fone ouvindo músicas para tentar esquecer um pouco dos problemas da vida. Hoje tenho o aparelho e não posso fazer isso por medo de ser assaltada. Logo, pergunto-me: Como pude deixar que interrompessem meu sonho? Como assim? Não entendo o porquê, mas sou obrigada a aceitar essa condição que a mim foi imposta.
O lugar onde moro é uma comunidade rural que cultiva muitos produtos agrícolas como laranja, cacau, amendoim e mandioca, entre outros. Ou seja, a base para todo sustento se concentra na lavoura. Sempre vivi aqui e conviver neste lugar está cada vez mais difícil, pois além da violência, a agricultura não está garantindo o pão na mesa dos trabalhadores por duas razões: primeira, algumas plantações como as laranjeiras foram infestadas por uma praga de difícil combate; segunda, o preço das mercadorias, sobretudo da farinha, caiu muito.
Apesar disso, amo morar neste lugar. É muito prazeroso acordar todos os dias com o canto dos pássaros e longe do barulho infernal dos carros. Além do mais, sentir o cheiro da terra
e ter o contato direto com ela é sensacional. Porém, vejo que não há condições de residir nesse ambiente pelo resto da minha vida. Deste modo, é lamentável perceber que as autoridades fingem não escutar o grito do trabalhador rural que clama por socorro.
  

O LUGAR ONDE MORO
Autoria: Laiane Souza

Moro na cidade de Santo Antônio de Jesus já há dois anos, e essa cidade por si já nos daria muitas crônicas, mas escolhi falar sobre meu bairro e contar um fato muito interessante que cotidianamente acontece por lá.
Primeiramente, o bairro onde moro é o São Benedito. Não é tão próximo do centro da cidade, mas é bem desenvolvido e encontramos por ali tudo que precisamos, temos um pouquinho de tudo. Moro em um Loteamento chamado Asa Branca. Futuramente a associação dos moradores pretende transformá-lo em condomínio, mas até então poucas pessoas moram lá, e muitos terrenos baldios ainda são encontrados.
            A minha rua, em todas as manhãs, é muito quieta, nem parece que temos vizinhos, mas isso é só pela manhã mesmo, pois a tarde a rua se transforma em um parque de diversões para muitas crianças. Vemos de tudo nessa rua, é jogo de bola, cabra cega, esconde-esconde, caça ao bandido, é muita diversão, mas um fato que me chamou muita atenção foi ver muitas crianças brincarem de empinar pipas, uma brincadeira tão simples e antiga que muitos nem se recordam mais.
São tantas pipas que o céu fica colorido das mais diversas cores e tamanhos, parecendo um arco-íris, e com essa brincadeira as crianças passam horas e horas, nem sentem o tempo passar.
E ao presenciar essas cenas de tantas brincadeiras me vejo a refletir, apesar de tantas tecnologias, de celulares cada vez mais sofisticados, notebooks e tablets, muitas crianças ainda preferem viver no mundo real a ter que ficarem trancafiadas em um quarto vivendo em um mundo virtual de jogos e de redes sociais. As crianças devem habitar em seu mundo, devem brincar, estudar e não se tornar precocemente um adulto mirim.

  
MINHA INESQUECÍVEL MORADA POR DUAS SEMANAS
Autoria: Maria Das Graças
                                                                                             

Uma extensa porção de terra. Salvador é a capital baiana. A cidade é a porta de entrada para dois mundos: um desenvolvido e moderno, com construções e prédios que transformam o cenário da cidade desvendando sempre um novo horizonte; e o outro formado por ruas e casarões históricos.
O centro histórico da cidade é patrimônio da humanidade, é bem cuidado. Os bairros do centro possuem igrejas católicas históricas, que podem ser contempladas por moradores e turistas. porém nem sempre é assim. Há muitas questões que precisam ser mudadas pelo governo da cidade.  Tem lugares que são um pouco perigosos e ocorrem até assaltos, além de construções mal planejadas que distorcem a beleza da cidade.  Mas nada disso muda o prazer em apreciar a belíssima paisagem de frente ao mar dentro do Elevador Lacerda.
Andando pelo centro histórico, é impossível não admirar turistas de vários cantos do mundo e artistas de rua produzindo sua arte no azulejo e conhecer o artesanato feito por pessoas que vivem no local. Não pode sair de lá, também, sem ao menos deliciar-se com o cheirinho típico de azeite do acarajé. E claro, degusta-lo. Huuum, muito bom!
Quase quatro horas da tarde e tem que dar uma paradinha no farol da barra, um dos principais pontos turísticos da cidade. Pelo dia maravilhoso de hoje, acho que o pôr do sol será exuberante, viu? A recomendação de quem passa por aqui é: sempre admirar a beleza natural do abraço entre o sol e o mar, uma sincronia perfeita, difícil de esquecer.


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